Como viver com a fibromialgia




A fibromialgia é uma forma de doença reumática que afeta tecidos moles musculoesqueléticos (caso de tendões, ligamentos e músculos). É muito frequente sobretudo em mulheres entre os 20 e os 50 anos de idade.

É uma situação crônica que evolui por surtos de agravamento e períodos de acalmia. Não atinge as articulações, embora possa parecer que existem dores articulares porque os tecidos moles estão sobre as articulações.

A causa exata da fibromialgia não é conhecida embora estejam identificadas várias alterações que se lhe associam: as relacionadas com o sono, a tensão nervosa e a depressão, a fadiga sentida como falta de energia ou cansaço.

A terapêutica da fibromialgia inclui medidas para melhorar o sono, recuperar a forma física, diminuir a dor e a fadiga, controlar as alterações psicológicas associadas.

Um profissional de saúde e uma doente resolveram escrever a duas vozes um livro destinado ao grande público: “Viver com Fibromialgia, a visão do doente e do médico”, por Maria Elisa Domingues e Jaime da Cunha Branco, Gradiva, 2008.

Estima-se que haja duzentos mil portugueses a sofrer de fibromialgia. Se bem que se desconheçam as causas da doença, não são de desprezar os antecedentes traumáticos (quedas, acidentes de trabalho, acidentes de viação, etc.), as afecções no segmento cervical, os aspectos psicológicos, os quadros de depressão, as perturbações do funcionamento do eixo hipotálamo-hipófise-supra-renal, entre outros.

O diagnóstico da doença assenta em sinais físicos ou alterações anatômicas, entre outras manifestações.

A fibromialgia apresenta-se através de dores articulares, dores na coluna, dores generalizadas, acompanhadas por fadiga, perturbações da quantidade e da qualidade do sono, cefaleias, ansiedade, sintomas depressivos e cólon irritável. De uma forma geral, os doentes com fibromialgia não apresentam doença psíquica grave.

Os autores referem, porém, que há doenças que se podem confundir com fibromialgia.
Não existem, no estado atual dos conhecimentos, meios conhecidos para curar esta patologia. Há, contudo, tratamentos eficazes que permitem aos doentes manterem uma vida normal.

O importante é o estabelecimento de um diagnóstico correto, haver uma boa educação do doente e a sua adesão a uma prática regular de exercício físico, competindo ao médico a prescrição de fármacos apropriados. Convém sublinhar que há formas de tratamento não farmacológico, caso da terapêutica cognitivo-comportamental.

Mensagem importante deste livro encerra-se no capítulo “Viver e trabalhar com fibromialgia”. Por razões que importa destacar, a dor da fibromialgia é difusa ou generalizada.

Por tudo isto é crucial aprender a dormir melhor, a reagir à fadiga, a harmonizar emoções, a procurar compatibilizar o trabalho com a patologia, a manter uma atividade física adequada, a ganhar um peso o mais correto possível, aprendendo igualmente, e dentro das contingências do quadro da patologia, a dispor de uma sexualidade saudável.

O capítulo “Vinte respostas sobre a fibromialgia” é igualmente de uma grande importância e foi escrito por doente e médico.

“Viver com Fibromialgia”, é um modelo de livro que nos ensina a todos a procurar compreender a dor alheia e a conviver com a dignidade de todos os doentes.

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