Existe um mundo em preto e branco, não muito longe daqui. Seus moradores são esquálidos, porque lá a comida perde o gosto. Não há Sol, nem há Lua. Cada dia é igual ao outro. Todas as pessoas são consideradas preguiçosas, porque poucas conseguem sair da cama. E, se o fazem, o simples ato de escolher uma roupa transforma-se numa tarefa das mais difíceis. Muitas chegam a abandonar o trabalho e, até mesmo os amigos. Quanto maior a falta de informação sobre o seu problema, mais tempo elas perdem nesse cenário sombrio. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, pelo menos uma em cada vinte pessoas na face da Terra já visitou ou ainda visitará o planeta da depressão.
Em suas anotações o célebre médico grego Hipócrates (460-377 a.C.) relatou o caso de uma mulher que sofria de uma melancolia intensa, acompanhada de insônia e perda de peso. Na realidade, hoje se sabe, ela sofria de depressão, um distúrbio do humor que é mais freqüente entre as mulheres. Ninguém conhece a razão dessa diferença entre os sexos, mas as estatísticas apontam que, para cada três mulheres deprimidas, há apenas um homem na mesma situação. Durante muito tempo, os pesquisadores da depressão se dividiram em linhas de pensamento. Alguns insistiam em culpar única e exclusivamente o ambiente em que vivia o deprimido — este, portanto, viveria afogado em tristeza por causa de fatores externos, como um trabalho desagradável, brigas em família, más notícias de todo tipo. Outros pesquisadores, por sua vez, sempre acreditaram que a depressão tinha origem orgânica. Neste caso, por causa de um distúrbio do corpo, o deprimido seria capaz de ver um mar de rosas como se fosse um vale de lágrimas.
Chegaram mais perto da verdade, porém, os cientistas que defendiam a interseção dessas duas primeiras correntes. Não há mais dúvida: a depressão é tanto um problema de ordem psicológica como orgânica. As primeiras pistas para decifrar os mecanismos da depressão surgiram ainda no início dos anos cinqüenta, com a descoberta de que alguns medicamentos eram capazes de aliviar os seus sintomas. Ora, se funcionavam, era porque esses distúrbios deveriam ter um fundamento orgânico, em vez de serem simplesmente psicológicos. Hoje, de fato, parece existir um consenso entre os especialistas: a depressão se traduz como uma desordem no cérebro, disparada por uma série de fatores que interagem entre si. Um dos fios dessa trama tão intricada é a herança genética. Mas, ao contrário do problema do nanismo, por exemplo, que é determinado por um único gene, a depressão é fruto da ação de diversos genes com efeito cumulativo. Segundo o geneticista Oswaldo Frota-Pessoa, professor da Universidade de São Paulo, é fácil entender o que isso significa, ao se observar a estatura das pessoas: "Se houvesse apenas um gene para determinar pessoas muito altas e outro gene para baixinhos, não existiriam pessoas de estatura mediana", ensina. "Se existe gente de todo tamanho, é porque a estatura é uma característica multifatorial, do ponto de vista da Genética. Na fase de crescimento, diversos genes podem ser acionados, ou não, conforme influências externas, como a prática de esportes e a nutrição." O resultado final, ou seja, a interação desses fatores com os genes, será marcado pela fita métrica.
A depressão, feito a estatura, também pode se manifestar em diferentes níveis. Mais do que isso: "No caso, o que se herda é a predisposição para o problema", esclarece Frota-Pessoa, que já investigou a possibilidade de a tendência ao suicídio ser hereditária. "Existem pessoas com vulnerabilidade genética para ficarem deprimidas, mas que não cairão necessariamente na depressão." Os estudos sobre a responsabilidade da bagagem hereditário não invalidam a teoria dos neurologistas. Os médicos notam que, no sistema nervoso do deprimido, existe uma espécie de defeito na produção de dois neurotransmissores, a noradrenalina e a serotonina — uma dupla de importantes mensageiros químicos entre os neurônios.
Qualquer alteração na quantidade de uma dessas substâncias já é suficiente para abalar a dosagem da outra. "O desequilíbrio entre os dois neurotransmissores atinge principalmente as áreas cerebrais relacionadas à memória, à motivação, à capacidade de atenção e de planejamento" acusa a neuropisicóloga Cândida Pires de Camargo, do Hospital das Clínicas de São Paulo. Resultado: o deprimido, em vez de mera vítima da melancolia, passa a sofrer de graves distúrbios do comportamento. Há, no entanto, depressões e depressões. Os especialistas costumam classificá-las em dois tipos. Um deles é a depressão bipolar, também conhecida como psicose maníaco depressiva (PMD). Quem tem PMD alterna momentos de profunda depressão, em que provavelmente há falta de neurotransmissores, com fases de esfuziante euforia, em que, ao contrário do que acontecia antes, essas substâncias se derramam em excesso dentro do cérebro. Tanto num extremo quanto no outro, o maníaco-depressivo não se sente bem. Existe ainda a depressão do tipo unipolar, aquela tristeza sem fim "O paciente tem a sensação de que o mundo acabou", define o psiquiatra Valentim Gentil, professor da Faculdade de Medicina da USP. Segundo ele quando o doente não recebe tratamento, essa viagem ao mundo cinzento e sem atrativos pode não ter volta: cerca de 10% das pessoas com depressão unipolar acabam dando cabo à própria vida.
Os especialistas, fique claro, não dispensam o adjetivo unipolar, quando querem tratar do assunto. Isso para não confundir essa espécie de depressão, em que o descuido pode ser literalmente fatal, com angústias passageiras, às quais qualquer pessoa saudável está sujeita. "É normal que alguém se sinta infeliz depois de romper um namoro ou quando morre um parente", exemplifica a psicóloga Regina Wielenska, da Pontificia Universidade Católica, de São Paulo. "Por algum tempo, a pessoa fica em um estado que chamamos de depressão reativa, aquela detonada pelo momento ou pelo ambiente em que se vive. "Mas uma fossa amorosa ou um luto que se estende por vários meses denuncia que algo errado está se passando com o organismo. "Aquela sensação de perda pode ter sido o fator ambientar que precipitou a depressão unipolar, envolvendo disfunções orgânicas", explica Regina. Os médicos tentam bloquear o avanço do problema com um arsenal de remédios, rotulados como antidepressivos.
Eles atuam numa região específica, a chamada sinapse: o íntimo espaço entre uma célula nervosa e outra. Por essas células passam nossos pensamentos. Além disso, elas controlam tudo, do piscar dos olhos aos batimentos cardíacos."As ordens nervosas seguem em frente, de uma célula para outra, porque os neurotransmissores saltam o vão das sinapses", descreve o neurologista Esper Cavalheiro, professor da Escola Paulista de Medicina. "Parte deles, no entanto, não é aproveitada e acaba sendo reabsorvida pela célula nervosa ou neurônio." No cérebro, portanto, existe um sistema de reciclagem, responsável por uma tremenda economia de esforço, energia e matéria-prima. Só que, nesse jogo de vaivém, chega uma hora em que moléculas de neurotransmissores novinhas em folha se misturam com neurotransmissores velhos, desgastados e ineficazes. Esse problema, porém, é facilmente contornado. "Dentro dos neurônios, há uma enzima capaz de reconhecer e destruir aquelas moléculas de neurotransmissores em ponto de aposentadoria", explica Cavalheiro. Trata-se da monoaminoxidase (MAO). Como essa enzima consegue fazer o serviço de reconhecimento ninguém sabe direito. Mas o fato é que, no caso dos deprimidos, a MAO pode ser considerada uma esbanjadora.
Afinal, no cérebro em que já existe a falta de neurotransmissores, eliminar moléculas velhas é um luxo. As drogas antidepressivos, portanto, visam a acabar com o desperdício. "De uma maneira ou de outra, elas tentam aumentar a quantidade de neurotransmissores disponíveis, uma vez que os neurônios parecem não atender à demanda", diz Cavalheiro. Os primeiros medicamentos eficazes no combate à depressão foram os triciclicos, descobertos em 1958. Segundo o neurologista, eles agem como selantes, vedando a membrana do neurônio, para impedir a reabsorção dos neurotransmissores. Soltos nos espaços das sinapses, esses mensageiros químicos são usados até o fim.Uma segunda família de remédios é a dos inibidores da MAO — daí serem chamados de IMAO. Ou seja, os neurotransmissores são receptados normalmente, mas não podem ser aniquilados pela enzima, bloqueada pelo fármaco. A terceira categoria de drogas — e também a mais recente — é a dos medicamentos seletivos.
Eles recebem esse nome porque ajudam os neurônios a receptarem um neurotransmissor especifico, no caso, a serotonina. Finalmente, alguns médicos receitam o carbonato de lítio, um sal natural. "A substância pode ser tóxica quando há exagero na dosagem, por isso seu uso deve ser permanentemente monitorado por médicos", adverte Gentil, da USP. Ainda assim, os especialistas recomendam o litio para os pacientes maniaco-depressivos. A maneira como o remédio age no organismo ainda não foi desvendada.As drogas antidepressivos em geral provocam efeitos colaterais desagradáveis, como boca seca, sonolência e prisão de ventre. Às vezes, em doses exageradas, as do tipo IMAO levam ao aumento da pressão arterial. "Essa é a maior dificuldade do médico: acertar na dosagem de antidepressivo, que varia de pessoa para pessoa", conta Gentil. "No inicio, essa busca pode ser penosa. Não há como prever a qual medicamento, e em qual quantidade, o doente responderá melhor." Segundo o psiquiatra, há também pacientes que não toleram antidepressivos. Nesses casos, há uma saída alternativa do túnel escuro da depressão — o eletrochoque. O nome, por si só, provoca arrepios de terror nos leigos. Não é à toa. Durante muitos anos, o eletrochoque foi usado como punição nos manicômios. Sem contar que, no Brasil, entre os anos sessenta e setenta, ele tinha espaço garantido, como método de tortura, nos porões da ditadura militar: depois de uma sessão de choques, os presos políticos tinham convulsões, apresentavam ossos fraturados, perdiam a memória.
"Hoje em dia, o eletrochoque é considerado um aliado na cura da depressão", diz Gentil. "Cada passo do tratamento é monitorado por aparelhos, que controlam a passagem da corrente elétrica e a freqüência cardíaca", esclarece. "Além disso, o paciente é anestesiado. Não há riscos nem dor." Os choques agem como se fizessem pegar no tranco a máquina de fabricar neurotransmissores. existente dentro de cada célula nervosa. Sobretudo, os resultados são rápidos, enquanto o tratamento à base de drogas antidepressivos só começa a mostrar efeito depois de quinze dias, em média. A partir desse prazo, a subida do poço da depressão, apesar de continua, avança em marcha lenta.
"Afinal, enquanto a pessoa permaneceu mergulhada na crise depressiva, tudo em sua vida pode ter mudado sem que ela percebesse, desde as relações afetivas até a situação econômica", diz o psicanalista paulista Guillermo Bigliani. "Cabe ao terapeuta auxiliar o paciente no caminho de volta, em função dos danos que a própria depressão trouxe."Segundo Bigliani, a terapia pode evitar que uma depressão leve se agrave ao ponto de o paciente precisar do auxilio de remédios. Hoje se sabe: os deprimidos são vitimas de uma doença crônica — quem caiu na depressão uma vez tem grande probabilidade de enfrentar novas crises.
Em suas anotações o célebre médico grego Hipócrates (460-377 a.C.) relatou o caso de uma mulher que sofria de uma melancolia intensa, acompanhada de insônia e perda de peso. Na realidade, hoje se sabe, ela sofria de depressão, um distúrbio do humor que é mais freqüente entre as mulheres. Ninguém conhece a razão dessa diferença entre os sexos, mas as estatísticas apontam que, para cada três mulheres deprimidas, há apenas um homem na mesma situação. Durante muito tempo, os pesquisadores da depressão se dividiram em linhas de pensamento. Alguns insistiam em culpar única e exclusivamente o ambiente em que vivia o deprimido — este, portanto, viveria afogado em tristeza por causa de fatores externos, como um trabalho desagradável, brigas em família, más notícias de todo tipo. Outros pesquisadores, por sua vez, sempre acreditaram que a depressão tinha origem orgânica. Neste caso, por causa de um distúrbio do corpo, o deprimido seria capaz de ver um mar de rosas como se fosse um vale de lágrimas.
A depressão, feito a estatura, também pode se manifestar em diferentes níveis. Mais do que isso: "No caso, o que se herda é a predisposição para o problema", esclarece Frota-Pessoa, que já investigou a possibilidade de a tendência ao suicídio ser hereditária. "Existem pessoas com vulnerabilidade genética para ficarem deprimidas, mas que não cairão necessariamente na depressão." Os estudos sobre a responsabilidade da bagagem hereditário não invalidam a teoria dos neurologistas. Os médicos notam que, no sistema nervoso do deprimido, existe uma espécie de defeito na produção de dois neurotransmissores, a noradrenalina e a serotonina — uma dupla de importantes mensageiros químicos entre os neurônios.
Qualquer alteração na quantidade de uma dessas substâncias já é suficiente para abalar a dosagem da outra. "O desequilíbrio entre os dois neurotransmissores atinge principalmente as áreas cerebrais relacionadas à memória, à motivação, à capacidade de atenção e de planejamento" acusa a neuropisicóloga Cândida Pires de Camargo, do Hospital das Clínicas de São Paulo. Resultado: o deprimido, em vez de mera vítima da melancolia, passa a sofrer de graves distúrbios do comportamento. Há, no entanto, depressões e depressões. Os especialistas costumam classificá-las em dois tipos. Um deles é a depressão bipolar, também conhecida como psicose maníaco depressiva (PMD). Quem tem PMD alterna momentos de profunda depressão, em que provavelmente há falta de neurotransmissores, com fases de esfuziante euforia, em que, ao contrário do que acontecia antes, essas substâncias se derramam em excesso dentro do cérebro. Tanto num extremo quanto no outro, o maníaco-depressivo não se sente bem. Existe ainda a depressão do tipo unipolar, aquela tristeza sem fim "O paciente tem a sensação de que o mundo acabou", define o psiquiatra Valentim Gentil, professor da Faculdade de Medicina da USP. Segundo ele quando o doente não recebe tratamento, essa viagem ao mundo cinzento e sem atrativos pode não ter volta: cerca de 10% das pessoas com depressão unipolar acabam dando cabo à própria vida.
Os especialistas, fique claro, não dispensam o adjetivo unipolar, quando querem tratar do assunto. Isso para não confundir essa espécie de depressão, em que o descuido pode ser literalmente fatal, com angústias passageiras, às quais qualquer pessoa saudável está sujeita. "É normal que alguém se sinta infeliz depois de romper um namoro ou quando morre um parente", exemplifica a psicóloga Regina Wielenska, da Pontificia Universidade Católica, de São Paulo. "Por algum tempo, a pessoa fica em um estado que chamamos de depressão reativa, aquela detonada pelo momento ou pelo ambiente em que se vive. "Mas uma fossa amorosa ou um luto que se estende por vários meses denuncia que algo errado está se passando com o organismo. "Aquela sensação de perda pode ter sido o fator ambientar que precipitou a depressão unipolar, envolvendo disfunções orgânicas", explica Regina. Os médicos tentam bloquear o avanço do problema com um arsenal de remédios, rotulados como antidepressivos.
Eles atuam numa região específica, a chamada sinapse: o íntimo espaço entre uma célula nervosa e outra. Por essas células passam nossos pensamentos. Além disso, elas controlam tudo, do piscar dos olhos aos batimentos cardíacos."As ordens nervosas seguem em frente, de uma célula para outra, porque os neurotransmissores saltam o vão das sinapses", descreve o neurologista Esper Cavalheiro, professor da Escola Paulista de Medicina. "Parte deles, no entanto, não é aproveitada e acaba sendo reabsorvida pela célula nervosa ou neurônio." No cérebro, portanto, existe um sistema de reciclagem, responsável por uma tremenda economia de esforço, energia e matéria-prima. Só que, nesse jogo de vaivém, chega uma hora em que moléculas de neurotransmissores novinhas em folha se misturam com neurotransmissores velhos, desgastados e ineficazes. Esse problema, porém, é facilmente contornado. "Dentro dos neurônios, há uma enzima capaz de reconhecer e destruir aquelas moléculas de neurotransmissores em ponto de aposentadoria", explica Cavalheiro. Trata-se da monoaminoxidase (MAO). Como essa enzima consegue fazer o serviço de reconhecimento ninguém sabe direito. Mas o fato é que, no caso dos deprimidos, a MAO pode ser considerada uma esbanjadora.
Afinal, no cérebro em que já existe a falta de neurotransmissores, eliminar moléculas velhas é um luxo. As drogas antidepressivos, portanto, visam a acabar com o desperdício. "De uma maneira ou de outra, elas tentam aumentar a quantidade de neurotransmissores disponíveis, uma vez que os neurônios parecem não atender à demanda", diz Cavalheiro. Os primeiros medicamentos eficazes no combate à depressão foram os triciclicos, descobertos em 1958. Segundo o neurologista, eles agem como selantes, vedando a membrana do neurônio, para impedir a reabsorção dos neurotransmissores. Soltos nos espaços das sinapses, esses mensageiros químicos são usados até o fim.Uma segunda família de remédios é a dos inibidores da MAO — daí serem chamados de IMAO. Ou seja, os neurotransmissores são receptados normalmente, mas não podem ser aniquilados pela enzima, bloqueada pelo fármaco. A terceira categoria de drogas — e também a mais recente — é a dos medicamentos seletivos.
Eles recebem esse nome porque ajudam os neurônios a receptarem um neurotransmissor especifico, no caso, a serotonina. Finalmente, alguns médicos receitam o carbonato de lítio, um sal natural. "A substância pode ser tóxica quando há exagero na dosagem, por isso seu uso deve ser permanentemente monitorado por médicos", adverte Gentil, da USP. Ainda assim, os especialistas recomendam o litio para os pacientes maniaco-depressivos. A maneira como o remédio age no organismo ainda não foi desvendada.As drogas antidepressivos em geral provocam efeitos colaterais desagradáveis, como boca seca, sonolência e prisão de ventre. Às vezes, em doses exageradas, as do tipo IMAO levam ao aumento da pressão arterial. "Essa é a maior dificuldade do médico: acertar na dosagem de antidepressivo, que varia de pessoa para pessoa", conta Gentil. "No inicio, essa busca pode ser penosa. Não há como prever a qual medicamento, e em qual quantidade, o doente responderá melhor." Segundo o psiquiatra, há também pacientes que não toleram antidepressivos. Nesses casos, há uma saída alternativa do túnel escuro da depressão — o eletrochoque. O nome, por si só, provoca arrepios de terror nos leigos. Não é à toa. Durante muitos anos, o eletrochoque foi usado como punição nos manicômios. Sem contar que, no Brasil, entre os anos sessenta e setenta, ele tinha espaço garantido, como método de tortura, nos porões da ditadura militar: depois de uma sessão de choques, os presos políticos tinham convulsões, apresentavam ossos fraturados, perdiam a memória.
"Hoje em dia, o eletrochoque é considerado um aliado na cura da depressão", diz Gentil. "Cada passo do tratamento é monitorado por aparelhos, que controlam a passagem da corrente elétrica e a freqüência cardíaca", esclarece. "Além disso, o paciente é anestesiado. Não há riscos nem dor." Os choques agem como se fizessem pegar no tranco a máquina de fabricar neurotransmissores. existente dentro de cada célula nervosa. Sobretudo, os resultados são rápidos, enquanto o tratamento à base de drogas antidepressivos só começa a mostrar efeito depois de quinze dias, em média. A partir desse prazo, a subida do poço da depressão, apesar de continua, avança em marcha lenta.
"Afinal, enquanto a pessoa permaneceu mergulhada na crise depressiva, tudo em sua vida pode ter mudado sem que ela percebesse, desde as relações afetivas até a situação econômica", diz o psicanalista paulista Guillermo Bigliani. "Cabe ao terapeuta auxiliar o paciente no caminho de volta, em função dos danos que a própria depressão trouxe."Segundo Bigliani, a terapia pode evitar que uma depressão leve se agrave ao ponto de o paciente precisar do auxilio de remédios. Hoje se sabe: os deprimidos são vitimas de uma doença crônica — quem caiu na depressão uma vez tem grande probabilidade de enfrentar novas crises.
Como então podemos superar a depressão? Como qualquer outra doença física, o tratamento da depressão será feito após uma avaliação física e psíquica por um médico psiquiatra. O tratamento inclui medicamentos homeopáticos, que regulam a química cerebral, reflexoteapia, auriculoterapia, psicoterapia e outros...Existe um medicamento eficaz para a depressão e chama-se EXERCÍCIO FÍSICOS com uma alimentação equilibrada. Mas não se trata de qualquer exercício e sim um treino na intensidade ideal que alem de tratar a depressão, abaixa os níveis de cortisol.
Faça esse Teste de auto avaliação para depressão, lembrando que esse teste tem como objetivo apenas para orientação e NÃO serve como diagnóstico. Caso haja dúvida, consulte um psiquiatra.
Mas eu tenho uma boa notícia, a Reflexologia é uma boa aliada contra a depressão. A reflexoterapia (aplicação da reflexologia) é uma técnica capaz de avaliar e tratar distúrbios físicos e emocionais por meio de estímulos em plexos nervosos relacionados ao órgão ou a característica emocional em tratamento. É capaz de aliviar os mais variados sintomas, como dores musculares, enxaquecas, estresse, TPM, fibromialgia, insônia, má-circulação, problemas digestivos, alérgicos, e até aqueles de ordem emocional, como depressões, síndrome do pânico e ansiedades.
Não perca bons momentos de sua vida por causa da depressão, faça reflexologia e viva a vida com mais prazer.
Fonte: Super abril, quando o cérebro cai na fossa
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